Parceria AMOAVES/UFES:         desvendando as aves da Reserva Kautsky

A curiosa capela situada no alto do morro vista do centro de Domingos Martins instiga a população que visita à cidade, que ao som dos embalos do Sino da União são convidados a se questionarem sobre esse pitoresco cenário. A Reserva Kautsky faz parte da história do município e do Espírito Santo, um remanescente de Mata Atlântica preservado pela família do naturalista Roberto Carlos Kautsky, amante e ativista na preservação da natureza!

Foto: Renzo Ambrozini

A emblemática Reserva Kautsky foi palco do Trabalho de Conclusão de Curso da aluna de Ciências Biológicas Bianca dos Santos Neves orientada pela professora da Universidade Federal do Espírito Santo Leonora Pires Costa e Augusto Alves. O objetivo do trabalho foi descrever a comunidade de aves da reserva e comparar no panorama da região serrana do centro-sul do Espírito Santo. Foram realizadas excursões à reserva de fevereiro de 2019 a agosto de 2020 onde foram identificadas 156 espécies, que somada à lista de 161 espécies do AMOAVES totalizou 196 espécies para a localidade. Ao longo da reserva que apresenta uma trilha principal e trilhas secundárias que adentram esse remanescente de Floresta Ombrófila Densa, foi encontrada uma comunidade composta por espécies sensíveis às ameaças antrópicas como a murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix koeniswaldiana), 46 espécies endêmicas (23% do montante) como o beija-flor-rajado (Ramphodon naevius) 10 espécies ameaçadas no âmbito estadual e nacional como o pixoxó (Sporophila frontalis), além de espécies migratórias que são encontradas no território em apenas algumas estações do ano como o sovi (Ictinia plumbea).

Pixoxó (Sporophila frontalis) Foto: Bianca S. Neves

A comparação desse estudo com outros trabalhos demonstrou a alta semelhança entre as espécies que ocorrem no município de Domingos Martins e Santa Teresa, e também a alta similaridade de maneira geral da composição das aves dos municípios da região serrana do centro-sul do Espírito Santo. Essa semelhança se deve principalmente devido à proximidade e altitude similar dessa região, além de padrões geográficos e climáticos que influenciam a história natural das espécies.

O crescente movimento de devastação das florestas e a fragmentação dos habitats põe em risco a conservação dessa diversidade de seres vivos, com a redução de espécies vegetais e animais mais sensíveis às perturbações e o alastramento de espécies que apresentam menos exigências ambientais e coexistem em ambientes modificados. Cresce também, portanto, a necessidade de ampliar o nosso conhecimento sobre às espécies que ocorrem ao nosso redor e às interações dessas espécies com o meio ambiente, buscando cada vez mais aliados na luta pela conservação do meio ambiente!

Autora: Bianca dos Santos Neves, Bióloga.

Falcão de peito laranja (Falco deiroleucus) Foto: Bianca S. Neves
Sovi (Ictinia plumbea) Foto: Bianca S. Neves
Bem te vi rajado (Myiodynastes maculatus) Foto: Bianca S. Neves

Vejam mais alguns registros do local:

Agradecimento às instituições de amparo à pesquisa FAPES e CAPES, e ao Laboratório de Mastozoologia e Biogeografia da Universidade Federal do Espírito Santo.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


  1. Muito bom! Realmente um ótimo local, com uma importante biodiversidade, que precisa se manter preservado.

  2. Sugiro repetir esse estudo pra avaliar se houve alguma alteração no número de espécies. Kautsky, como Ambientalista e Pesquisador deixou-nos um grande legado como RNPN e principalmente pelo Estudo sobre Orquídeas de nossa Região.

Este site utiliza Cookies e Tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência. Ao utilizar nosso site você concorda que está de acordo com a nossa Política de Privacidade.